Projeto Antiarrastão: a negativa continua - Sindifícios

A criação de uma rede particular de proteção a condomínios noticiada no boletim O Contato de março continua sendo muito comentada. A idéia é criar uma rede integrada entre porteiros de uma mesma região para que os mesmos, com um rádio intercomunicador em mãos, possam denunciar atitudes suspeitas.

O Sindifícios é contra o Sistema, uma vez que o porteiro é contratado para zelar pela portaria e movimentações suspeitas no prédio, não na rua. Em Recife, onde há um sistema semelhante, muitos funcionários saíram de seus empregos por ficarem marcados por bandidos e o medo tomar conta do local. Em março, diretores do Sindicato estiveram reunidos com a diretoria do Sindicato dos Trabalhadores em Edifícios de Recife, que revelou um sistema interessado apenas em lucros financeiros. “De dez mil prédios existentes aqui na capital pernambucana, só 200 participam do Sistema, uma prova do quanto é ineficiente”, afirmou o presidente do Sindicato de Recife, Rinaldo Alves de Lima.

Dirigentes do Sindicato da Habitação (Secovi), em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo (06.03.2011), dizem que aos funcionários será simplesmente apertar um botão, sendo mais fácil que ligar para o 190. “Esse é o grande erro, porque esse simples botão exige, entre outras coisas, treinamento e adicional de periculosidade pela exposição a que essa pessoa se submeterá”, afirma o presidente do Sindifícios, Paulo Ferrari.

Até mesmo algumas empresas de terceirização se pronunciaram questionando o Sistema devido a rotatividade de seus funcionários e o não conhecimento das pessoas do prédio. Alguns síndicos também já contactaram o Sindicato se manifestando contra o Projeto Antiarrastão. O Sindifícios permanece contra o Sistema, continua sem ser procurado para debater o assunto com aqueles que querem implementá-lo e continua apreensivo pela categoria. Contudo, o Sindicato procurou a polícia civil, e está agendando uma reunião com a mesma para impedir que esse Sistema avance dessa forma.