A miséria é universal e se normalizou no sistema capitalista. Os ricos se diferenciam, mas a miséria é o avesso do esperanto, que busca a união pela paz. Na música dos Titãs, a miséria une pelo desespero, seja “índio, mulato, preto, branco”, “Fracos, doentes, aflitos, carentes”, são, em todo o mundo, nivelados pela miséria.
É um argumento realista, de classe, contrário ao argumento identitário, que segmenta a luta social em grupos com interesses e demandas específicas.
Vale destacar a participação da dupla Mauro e Quitéria que introduzem a música. Eles costumavam cantar nas praias do Recife e foram descobertos pelos integrantes da banda. São a cara da cultura brasileira.
Miséria
(Composição: Sergio Brito/1989)
Intérprete: Titãs
Miséria é miséria em qualquer canto
Riquezas são diferentes
Índio, mulato, preto, branco
Miséria é miséria em qualquer canto
Riquezas são diferentes
Miséria é miséria em qualquer canto
Filhos, amigos, amantes, parentes
Riquezas são diferentes
Ninguém sabe falar esperanto
Miséria é miséria em qualquer canto
Todos sabem usar os dentes
Riquezas são diferentes
Miséria é miséria em qualquer canto
Riquezas são diferentes
Miséria é miséria em qualquer canto
Fracos, doentes, aflitos, carentes
Riquezas são diferentes
O Sol não causa mais espanto
Miséria é miséria em qualquer canto
Cores, raças, castas, crenças
Riquezas são diferenças
A morte não causa mais espanto
O Sol não causa mais espanto
A morte não causa mais espanto
O Sol não causa mais espanto
Miséria é miséria em qualquer canto
Riquezas são diferentes
Cores, raças, castas, crenças
Riquezas são diferenças
Índio, mulato, preto, branco
Filhos, amigos, amantes, parentes
Fracos, doentes, aflitos, carentes
Cores, raças, castas, crenças
Em qualquer canto miséria
Riquezas são miséria
Em qualquer canto miséria
Fonte: Centro de Memória Sindical