“Portaria virtual? Aqui não!”: essa foi a resposta da síndica Zilda Iandoli quando lhe ofereceram o serviço de portaria à distância. E isso já aconteceu diversas vezes.
Zilda é síndica no Edifício Sardenha, na Penha e, para resolver a questão, fez assembleia para falar sobre o assunto. No encontro, levou reportagens sobre assaltos, orçamentos e reclamações de conhecidos que moram em locais que optaram por esse tipo de serviço e têm problemas, por exemplo, para receber as encomendas.
“Os preços não mudam muito desse sistema para o tradicional; lembro que íamos gastar uns 200 mil reais para implanta-lo mais as rescisões de todos os funcionários”, explica Zilda e completa: “E sempre oferecem uma comissão para o síndico fechar com a empresa A ou B; alguns disseram que, dependendo da administradora, o valor chega a 50%, o que é embutido na fatura dos moradores”, afirma.
Para Zilda, síndica desde 1998, a melhor alternativa é ter funcionários próprios: “No meu edifício, os funcionários são registrados há uns 25 anos e todos conhecem nosso sistema e os problemas, o que aumenta a credibilidade que temos no grupo”.
Como gratidão, Zilda acorda cedo todos os dias, faz café e leva com pão fresco aos funcionários. “A categoria merece respeito; se o síndico passar 24 horas na portaria do seu prédio para sentir na pele o dia de um porteiro, vai tirar da cabeça essa onda de portaria virtual; verá que não vale a pena”.